Prefeitura conclui limpeza no Canal de São Fernando, em Santa Cruz

A Fundação Rio-Águas concluiu os trabalho de limpeza e desassoreamento do Canal de São Fernando, em Santa Cruz, na Zona Oeste. O rio, antes coberto por vegetação, voltou a ser visto por moradores. Os serviços retiraram 15.870 toneladas de material do fundo do rio para prevenir enchentes e alagamentos, que representam mais de 1.300 caminhões basculantes cheios de resíduos. A ação foi realizada entre a Rodovia Rio-Santos e a Avenida João XXIII, tendo sido beneficiados 2 km de canal.

– Os serviços contemplaram toda a extensão do Canal de São Fernando, o que há anos não era realizado. É um trabalho importante para conservar o canal e melhorar o escoamento da água da chuva na região – destacou o presidente da Fundação Rio-Águas, Wanderson Santos.

O subprefeito da Zona Oeste, Diogo Borba, também apontou a importância dos trabalhos para a localidade.

– Essa intervenção foi importantíssima para os moradores da região que sofriam com constantes alagamentos por causa do transbordamento do rio. Vale lembrar para que a população que não jogue lixo nos rios. Assim, evita-se esse tipo de transtorno e maiores acidentes.

A professora Edite Moraes, representante do Imasc – Instituto Matadouro Santa Cruz, destacou que o Canal São Fernando, faz parte do sistema de canais e valas abertas pelos jesuítas para drenar a região de Santa Cruz, e tornar as terras cultiváveis. ” Esses rios , canais, e valas são oriundos do Rio Gandu rumo ao deságue na Baía de Sepetiba, e começam após a estação da Cedae, na divisa de Santa Cruz, Seropédica, e Nova Iguaçu”, lembrou a professora.

Todos encontram-se completamente assoreados, com “ilhas”, devido ao total abandono da prefeitura, tendo a última limpeza sido feita em 1993. 30 anos de abandono.

Os diques, barreiras ao longo dos rios e canais, estão com muitas árvores que ao caírem rompem os diques e provocam o alagamento das áreas de plantio apodrecendo toda a produção.

A tal limpeza que a prefeitura está anunciando, é na Rodovia Rio Santos em direção à Baía de Sepetiba, e não abrange toda a área de cultivo. Da Rio Santos em direção a estação de tratamento nada foi feito.

Além do Canal São Fernando, temos o canal do Itá, o Canal São Francisco, o Rio Guandu Mirim, o Rio da Guarda que cortam o Núcleo Colonial Santa Cruz. Todos completamente assoreados.  As ruas de acesso às propriedades continuam no barro, com buracos que dificultam a passagem do trator, o que complica o escoamento da produção. Todas essas ruas não tem iluminação pública.

O prefeito se recusa a reconhecer que existe uma área rural em Santa Cruz, a maior do município, e através de desapropriação das áreas cultiváveis, as entregam as especulação imobiliária para construção de condomínios.

A milícia tem invadido essas propriedades e expulsando os produtores de suas terras e promovendo loteamentos clandestinos. Um solo de tufa, terra preta de índio, que levou milhares de anos para se constituir, excelente para o plantio e que não emite gás carbônico, sendo criminalmente concretada e ameaça a segurança alimentar do bairro de Santa Cruz  e do Município do Rio de Janeiro”, completou Edite Moraes.

O vereador Zico da Zona Oeste Raiz, tem tratado da questão da agricultura em Santa Cruz e recentemente, após solicitar a prefeitura a recriação da Secretaria de Agricultura, foi atendido com a criação da Coordenadoria de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento, vinculada à Secretaria Municipal de Meio Ambiente, ora coordenada pelo Engenheiro Agrônomo Fábio Gomes.

“A partir de agora, a Câmara do Rio irá se debruçar nas alterações propostas à lei que atualiza o Plano Diretor da Cidade que trarão impactos mais diretos em cada um dos bairros. A ideia é que a gente consiga fazer um parâmetro entre o projeto original, as emendas do Poder Executivo e as ideias de cada um em relação às diversas áreas da cidade”.  Na última quarta-feira (19), a Comissão Especial da Câmara que discute o Plano Diretor iniciou uma rodada de audiências públicas para discutir os impactos das emendas apresentadas em cada uma das cinco Áreas de Planejamento da cidade (APs).  Nos próximos dias será a vez da AP5 que debaterá as emendas da nossa região. A classificação da região como área rural específica, e não mista como querem alguns, será defendida por nós, esperamos contar com a presença de um grande número de representantes da região e mostrar a força dos agricultores e da população local. Só assim conseguiremos resolver os principais problemas dos agricultores e confirmarmos a necessidade de uma secretaria municipal de agricultura. O prefeito é a favor da classificação da região como área rural”, elencou o vereador.

 

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